sábado, 8 de agosto de 2015

merdas para a vida...

Não... Não é de facto nenhuma hérnia discal...
É algo bem pior, do foro neurológico e degenerativo e que se vai manter para toda a minha vida e foi-me diagnosticado após uns 10 dias de internamento, com TAC's, punções lombares e ressonâncias magnéticas e sei lá que mais me fizeram...
Por fim veio o diagnóstico mas neste momento prefiro não o publicar, prefiro só o contar e pessoalmente, a algumas pessoas de confiança, tudo a seu tempo, mas, por enquanto, não será ainda a altura ideal para o publicar até porque há ainda muitas medidas a tomar, mas depois, chegando o momento, que vai chegar certamente, falarei nisso sem problemas.
Basicamente, isto obriga-me a fazer mudanças radicais na vida às quais me estou ainda a adaptar e a assimilar... neste momento, acabaram-se os dias de praia com calor (só tenho autorização para lá ir de manhã cedinho), acabaram-se as corridas de um lado para o outro que eram usuais nos meus dias de antes do diagnóstico, sou obrigada a manter uma vida mais calma, não devo conduzir até porque estou medicada com remédios fortíssimos à base de opiáceos que podem tirar-me a reação e também porque conduzir tanto tempo, como fazia antes, me faz mal às pernas e piora a minha situação e uma data de outras coisas que mudaram e me obrigam a simplificar tudo na vida e a planear as situações que vão certamente ocorrer nos tempos mais ou menos próximos.
Tenho a sorte de ter tido pessoas à minha volta que me tem dado apoio, seja o meu pai que tem sido incansável a levar-me às consultas no hospital ou no centro de saúde, seja o Márcio com quem vivo e que tem também sido incansável e muito paciente, sejam os meus filhos, o Pedro que sabe do diagnóstico e percebe e a Joana sabe apenas que estou doente das pernas, esteve comigo no hospital e deu-me a mão enquanto o irmão empurrava a minha cadeira de rodas, a minha irmã Cristina e o meu cunhado Theo que me foram comprar mais camisas de dormir e lingerie para eu usar no hospital (porque as que os membros de apoio masculino da família me trouxeram não eram nada práticas) e também algumas pessoas amigas que simplesmente me tem vindo dar apoio :)
Tenho tido a preocupação de manter esta casa que até é boa para quando chegar o momento de ter de usar uma cadeira de rodas, pois é quase certo que vou chegar a esse ponto, pode não ser amanhã pois ainda vou andando, mas é quase certo que será assim e tem de se aceitar...
Enfim, tenho mesmo de preparar a minha nova vida para viver o melhor possível com uma doença que não chamei, da qual não tenho culpa, mas que escolheu instalar-se no meu corpo, que não vai sair e mais nada... não me adianta agora estar com lamurias ou choros, tenho sim de aprender a abrandar, de proteger o meu corpo e planear não só o presente mas também as situações de futuro que possam surgir, coisas logísticas e de ordem pratica por exemplo como o simples tomar conta dos filhos se voltar a ser internada e por ai fora... penso que consigo mas ainda está tudo muito fresco de facto!
Também dispensava que me dissessem coisas como "parece uma doença de velhos" e "como arranjou isso", sendo que nem a medicina sabe ainda como é que isto aparece, mas enfim, a ignorância calha a todos penso eu :( nem vale a pena e quem me disse ambas as coisas foi alguém a quem tinha mesmo de contar por motivos profissionais... enfim... pode ser que a pessoa em questão pesquise na net e perceba que está apenas a falar do que de facto simplesmente não conhece e aproveite para aprender pois o saber não ocupa lugar :)))
Beijos
Carla

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